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quarta-feira, 17 de março de 2010

Projetando Redes de Computadores


Além da tecnologia, é preciso considerar uma série de outros fatores coadjuvantes na implementação do projeto de uma rede de computadores. Os desafios englobam questões como qual tecnologia a adotar, compatibilidade entre equipamentos novos e existentes, suporte técnico, obsolescência, confiabilidade e performance esperados, entre outros.

Um dos grandes desafios enfrentados pelo projetista de redes ainda é fazer com que cada componente se conecte a todos os outros. Conexões com pontos remotos podem apresentar problemas de lentidão, tornando-se de manutenção difícil e dispendiosa.

Outros problemas com protocolos de rede, largura de banda de transmissão e gerenciamento da rede combinam-se para fazer da implementação da parte lógica um verdadeiro desafio. O que acontece na verdade é que os padrões raramente conseguem acompanhar o passo da evolução nas tecnologias de redes. A funcionalidade e a velocidade de uma solução adotada hoje pode não ser mais tão vantajosa num futuro próximo.

Outro aspecto que deve ser observado diz respeito à integração dos sistemas de telefonia e de computação que consiste basicamente nas técnicas empregadas na coordenação das ações entre esses sistemas de comunicação. Essa integração permite inserir "inteligência" aos sistemas de telefonia, através do controle e tratamento da informação transmitida. Com isso possibilita-se, dentre outras coisas, que usuários tenham acesso a facilidades dos sistemas telefônicos utilizando computadores ou que chamadas telefônicas sejam incorporadas aos sistemas em rede.

Existem diversas topologias e layouts de rede. Um projetista deve considerar todas as possibilidades e parâmetros relacionados ao projeto, entre eles: custo, performance, segurança, escalabilidade, crescimento tecnológico, TCO, ROI, gerenciamento, entre outros.

Total Cost of Ownership (TCO): É o resultante de todos os custos pertinentes a um projeto de redes em sua totalidade. Projeto, instalação, hardware, software, infra-estrutura, etc, determinam "parcialmente" o TCO. Quando projetando redes é necessário idealizar as necessidades atuais e um possível crescimento tecnológico, além do aumento da demanda por performance, escalabilidade, segurança e fácil gerenciamento/administração da rede.

Return Of Investment (ROI): Assim como o TCO, o ROI deverá ser cuidadosamente planejado para evitar desperdícios, através de um planejamento de metas para atingir resultados concretos. Existem inúmeras ferramentas que poderão ser utilizadas para definir o ROI de um projeto.

Também é necessário considerar outros pontos importantes sobre a infra-estrutura de rede, verificando desde o cabeamento novo ou já existente (especialmente sobre os padrões Ethernet), até as distâncias, limitações, regras gerais, entre outros itens. Ao mesmo tempo, é possível encontrar redes onde outros elementos não foram considerados pelos projetistas por limitações orçamentárias, ou seja, basicamente o fator "custo" ainda é o principal elemento levado em consideração no momento de se projetar e executar a infra-estrutura de uma rede de computadores.

Mesmo considerando essas limitações, algumas etapas fundamentais não podem ser negligenciadas durante o projeto sob pena de impactar negativamente na performance final da rede. Dentre esses itens, a seleção das tecnologias e dispositivos, tanto para redes de campus quanto para redes corporativas e os testes e a documentação de toda a rede, não podem ser esquecidos de forma alguma.

Da seleção adequada das tecnologias de rede, que podem ser desde Ethernet, Fast Ethernet ou ATM, por exemplo, nas redes de campus e Frame Relay e ISDN, nas redes corporativas e da escolha dos dispositivos de rede como roteadores, switches, servidores, etc, até o próprio cabeamento, é que teremos os parâmetros necessários para avaliar a disponibilidade e a performance do sistema como um todo.

Uma vez implementada a infra-estrutura, serão os resultados dos planos de testes do piloto da rede que fornecerão os subsídios necessários para a otimização do projeto e a documentação final do que realmente foi implantado (também conhecido como As Built).

 


José Maurício Santos Pinheiro
Professor Universitário, Projetista e Gestor de Redes, 
membro da BICSI, Aureside e IEC.

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