Montante seria gasto com licenças de uso de sistemas operacionais e pacotes de programas de escritórioO Governo do Estado do Ceará alcançou uma economia estimada em cerca de R$ 67 milhões com o uso de software livre em seus 44 mil computadores desktop e 1 mil máquinas que funcionam como servidores. Esse seria o gasto estimado com licenças de uso de sistemas operacionais (R$ 14 milhões) e pacotes de programas de escritório (R$ 53 milhões) comerciais, caso a administração estadual não optasse pela migração de seus sistemas para programas de código aberto, que geralmente são gratuitos.
De acordo com Regina Estela Lima, coordenadora do Comitê de Software Livre do governo estadual, 80% dos computadores em uso pelo governo já utilizam software livre, como o pacote de programas para escritório BrOffice. "A meta é chegar a 90%", diz Regina Lima, que também faz parte da Coordenação de Estratégias de Tecnologia da Informação (Coeti), da Secretária de Planejamento e Gestão (Seplag), e apresentou ontem em Fortaleza a experiência do governo estudual no IV Seminário Trade IN de Governança de TI (Tecnologia da Informação).
Entre os órgãos que atingiram posição de destaque no uso de software livre, Regina cita o caso da Procuradoria Geral do Estado (PGE), que completou em 100% sua migração para a plataforma de uso livre, e o caso do Detran, que migrou seu banco de dados para software livre.
Outro ponto de destaque apresentado por Regina Lima no Seminário de Governança foi a nova política de "TI verde", a ser adotada pelo Governo do Estado. Esse novo conceito, que deve guiar novos procedimentos dentro dos órgãos da administração pública, tem foco no uso racional dos recursos tecnológicos em benefício do meio ambiente. A TI verde se concentra na redução da emissão de dióxido de carbônico (CO2), economia de energia, redução de gastos com papel e contenção de lixo eletrônico.
Essa nova política, aprovada pelos gestores de TI do Estado, deverá ser publicada no Diário Oficial por decreto. Como consequência, todos os centros de processamento de dados do governo serão revistos quanto à instalação de ar-condicionado e condições de iluminação. O lixo eletrônico - como computadores antigos, por exemplo - será disponibilizado para entidades beneficentes para reciclagem. Outra etapa, também incentivada pelo governo, será a virtualização dos processos, com a eliminação do uso de papel e a adoção da certificação digital. Neste último item, o destaque no âmbito do governo estadual é a PGE, que a partir de maio passa a não utilizar mais papel em seus processos.